A cada dia que passa é comum o aumento de pesquisas no Google sobre como economizar dinheiro. Porém, não basta ter essa intenção, é necessário saber como fazer isso. Com um novo ano, as pessoas sentem a necessidade de mudar hábitos e ter um novo começo nas áreas de sua vida.

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Assim como perder peso, mudar a vida financeira costuma aparecer no topo de todas as listas. Considerando ajudá-lo a guardar uma parte do seu dinheiro todos os meses, elaboramos este artigo com dicas fundamentais de economia de dinheiro.

Economizar dinheiro é para todos?

Para muitos, a estabilidade é uma série de fatores, mas para quase todos, a prioridade é passar o mês pagando suas contas no dia certo e fazendo algum tipo de lazer com a família, ou até mesmo sozinho. Só que com os altos preços, o orçamento se encurta e fica difícil que esses pensamentos se concretizem.

“Não podemos levar tudo literalmente, porque existem muitas realidades financeiras diferentes e, dependendo das condições, as pessoas não conseguem economizar. Talvez, no futuro, elas consigam uma renda melhor. Não é porque muitas pessoas não conseguem economizar agora que essa estratégia não é para elas”, Ângela Tosatto, que trabalha na área de investimentos pontua.

Como economizar dinheiro: primeiros passos

Antes de tudo, é necessário encontrar o seu padrão de vida, para o local que o seu dinheiro é destinado. Com essa análise, fica claro se pode ou não haver um corte em certos gastos. Para Carlos Castro, grande panejador do mundo financeiro, sempre deixa claro a importância desse estudo:

“O que acontece é que as pessoas não têm um real conhecimento dos seus gastos e do seu padrão de vida. Desse jeito, por mais que ela coloque ‘economizar’ como uma meta, no curto prazo, talvez ela não consiga. Mas se ela começar a se organizar, aí esse objetivo se torna mais realista, porque ela sabe onde é possível economizar”.

Como fazer esse diagnóstico?

Ja que é tão importante essa análise, como se deve fazer? É muito simples, você deve fazer um controle sobre sua renda, sobre suas dívidas e gastos ao longo de um mês, para depois, ser feito uma subdivisão nos gastos, como: saúde, bem-estar… Sabendo essas informações, da para saber o que é desnecessário e o que da para ser cortado.

Visando ajudar aqueles que não tem muita prática, Carlos Castro subdividiu em três casos, sendo:

• Gastos essenciais: sendo as contas básicas, como alimentação, água, luz, aluguel, gás etc – ou seja, tudo aquilo sem o qual não é possível viver;

• Despesas sociais: sendo aquelas ligadas ao prazer e ao lazer, que faz o presente valer a pena, como o café na padaria;

• Realizações: sendo justamente o dinheiro destinado para alguma meta, como aquela viagem de férias, por exemplo.

“Assim, você vai entender como o seu dinheiro está sendo consumido. Se ele está muito na caixinha do essencial, não tem como economizar nessa situação. Mas se o essencial está coberto, dá para trabalhar a diferença entre o social e as realizações. Se eu peço delivery três vezes na semana, por exemplo, posso diminuir para duas e colocar o dinheiro do terceiro pedido na caixinha da realização, por exemplo”, explica Castro.

A seguir, terá algumas estratégias para ajudar você nesse caminho do controle financeiro:

1. Desafio das 52 semanas

Para este desafio, visa trazer um hábito e uma reeducação financeira a longa prazo e de forma contínua. O desafio se caracteriza por ir economizando semana a após semana um valor e ir aumentando consecutivamente, por exemplo, guardar 10 reais na primeira semana, na próxima semana 15 reais, e seguir assim até o fim do desafio.

Ponto positivo: se método pode ser um gatilho que ajuda a criar o hábito de economizar.

Ponto negativo: por ser um desafio que aumenta o valor gradativamente, pode chegar uma hora que se impossibilita seguir essa regra, dessa forma, segundo Ângela Tosatto, a pessoa vai perdendo interessante em continuar nesse desafio.

“Se a pessoa não tiver um objetivo, ela não vai guardar. Funciona para testar, mas essa estratégia não é sustentável sem objetivo.”. Segundo Carlos Castro.

2. Regra 50-15-35

Para muitos o nome parece um código ou lembra as contas de matemática, só que é uma estratégia fácil de seguira pra economizar seu dinheiro. Essa estratégia visa você dividir seu orçamento em três, sendo: 50% para os gastos essenciais, 15% para as metas financeiras e 35% para seu estilo de vida.

Ponto positivo: “a vantagem é que, neste caso, não tem discussão de onde e quanto do orçamento vai ser gasto em cada prioridade”, frisa Ângela Tosatto.

Ponto negativo: não é um método para todos. “Essa regra é mais possível para quem tem uma renda acima de R$ 5 mil – que é cerca de 10% da população economicamente ativa [pessoas que trabalham]. Quem tem baixa renda gasta 60%, 70% do que ganha com o essencial. Então, não dá para encaixar na realidade de todo mundo como medida para controle de gasto”, explica Carlos Castro.

3. Metas SMART

Segundo o método SMART, consistr em definir metas que são específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazo para acontecer ajuda a controlar bem o orçamento.

Ponto positivo: de acordo com análise de Carlos Castro, o método é funcional, pois com um objetivo traçado, se tem um choque de realidade. “Essa estratégia ajuda a mudar o comportamento da pessoa diante da meta”.

Ponto negativo: uma delas é colocar o método em prática, segundo os especialistas. Para construir a meta SMART, requer tempo e se conhecer, dessa forma, as pessoas deixam ele de lado.

4. Cortar despesas desnecessárias

Para esse mundo de economizar, essa é a estratégia mais usado e mais conhecida também. Pois é necessário tirar dos gastos aquilo que não é essencial, batendo de frente com o conceito de desnecessário.

Ângela Tosatto, com um método de saber o que é desnecessário, recomenda fazer três perguntas: “eu preciso? Eu posso? Eu devo? Se pelo menos em uma delas a resposta for ‘não’, então essa é uma despesa desnecessária“, explica.

“O que é desnecessário pode mudar de pessoa para pessoa. Se você gosta de tomar vinho, sair com a família para almoçar fora e isso é importante para você, então não é um gasto desnecessário.”. Para Carlos Castro.

Ponto positivo: sua vantagem é no aumento de confiança e conhecimento sobre aquilo que se é gasto com seu próprio dinheiro. Cortando coisas que não são importantes sem sofrimento.

Ponto negativo: para essa análise, é preciso entender o que é desnecessário e que possa ser cortado. Precisando de tempo e conhecimento para ser feita positivamente.

5. Redução de gastos essenciais

Se caracteriza em cortar coisas essenciais, como: água, luz, gás e outros gastos essenciais, só que é preciso um maior controle para fazer as decisões certas.

Ponto positivo: prestar atenção nessas contas ajuda a verificar desperdícios escondidos e gera, sim, uma economia de curto prazo.

Ponto negativo: não é um plano ilimitado.

“É sempre possível reduzir o desperdício dessas contas no início, mas chega um ponto que não tem mais como reduzir.”. Isso para Ângela Tosatto.

6. Diminuir pedidos de comida por aplicativo

É comum que para a praticidade, você prefira levar uma marmita para o trabalho, ou usar aplicativos para comprar um lanche. Nesse método, você pode levar uma marmita de sua casa, para economizar seu vale-refeição e até mesmo seu próprio salário. Para essa medida, é comum no meio das pessoas que ganham pouco, principalmente nas camadas com renda baixa e com os aumentos de tudo.

Ponto positivo: pois é do conhecimento, que cozinhar em casa tem um menor custo além de desenvolver habilidades próprias.

Ponto negativo: para a estratégia funcionar, é preciso ter tempo livre. “Cozinhar nem sempre é uma realidade para as pessoas que se locomovem e saem cedo para trabalhar e chegam tarde em casa”, pontua Ângela Tosatto.

7. Dia ou semana com zero gastos

Nesse ponto, é preciso passar um dia ou até mesmo uma semana sem gastar nenhum centavo, é muito conhecido como detox financeiro, mas será que é possível fazer ele?

Ponto positivo: é uma estratégia de curto prazo boa de usar.

Ponto negativo: não é uma estratégia de longo prazo.

Qual é a melhor estratégia para economizar em 2023?

Essas são apenas algumas das abordagens mais populares e, no final das contas, nenhuma é melhor que a outra. Para os especialistas, testar cada um é a forma de saber o que pode ou não estar funcionando.

O planejador Carlos Castro recomenda começar com metas. Saber o que você quer a curto, médio e longo prazo pode fornecer uma justificativa para um mandato de poupança e facilitar o cumprimento. A partir daí, desenvolver um portfólio de estratégias, considerando prazo de metas, pode ser mais eficaz do que escolher apenas uma.

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“Se eu fosse combinar, separaria as estratégias pensando naquelas de tiro curto, como a redução de gastos essenciais, e naquelas focadas no orçamento, como a regra do 50-15-35, por exemplo. E ainda pensaria num terceiro grupo, que é o que vai sustentar qualquer estratégia para economizar, que é o método SMART”, finaliza Castro.

Para Ângela Tosatto, além de buscar formas de economizar, também era preciso focar em coisas sustentáveis.

“O que é sustentável é se organizar, aumentar a renda, se possível, e não apenas cortar, cortar e cortar. Tudo tem que ter um equilíbrio. Talvez a dica não esteja somente em economizar dinheiro através da redução de consumo de itens desnecessários, das contas essenciais, mas em encontrar uma forma de ganhar mais. O foco deve estar nas duas vertentes: economizar para sobrar e investir, mas também em gerar mais renda”, finaliza Tosatto.